Depoimento sobre vaginismo – P.0. 34 anos

Escrever esse depoimento foi muito importante para encerrar o meu ciclo de tratamento, e a partir dele poder inspirar e encorajar tantas outras mulheres.

Bom… sou mais uma das inúmeras mulheres que recebeu uma educação equivocada no que se diz respeito ao sexo, que era tratado como algo sujo, nojento, pecaminoso, vergonhoso. O preconceito, a falta de diálogo e tantos outros acontecimentos contribuíram para que eu alimentasse o medo e a insegurança por longos e longos anos, me impedindo de estabelecer relacionamentos saudáveis. Sempre me perguntava: eu poderia ou não ter um namorado? E se eu ficasse grávida? Minha mãe me mataria? Provavelmente sim. Entre um afeto e outro durante a adolescência, nunca consegui ir além dos “amassos calorosos”, pois sabia que depois disso viria o sexo, e eu não poderia fazer aquilo.

Pensava que jamais conseguiria ter um namorado, até que em 2007 conheci uma pessoa que mudaria totalmente a minha vida. Nossos encontros eram sempre agradáveis, felizes, conversávamos muito e cada vez mais a vontade de ficarmos juntos aumentava. Até que em nossa primeira tentativa, disse a ele que era virgem… aos 23 anos de idade… quanta vergonha daquilo. Ele se assustou, demorou um pouco para assimilar tudo aquilo, mas continuamos juntos. Nos casamos e 2 anos depois eu continuava virgem. A situação se manteve durante os nossos 9 anos de casados, com sabotagens e desculpas da minha parte. E ele de certa forma acabou sendo conivente pois percebia o quanto tudo aquilo era difícil para mim.

Até que em outubro de 2018 recebi um último aviso sobre nossa situação. Meu marido disse que eu tinha duas opções: ou buscar ajuda, ou ele iria se separar porque não era possível continuar assim, e se queríamos ter um casamento de verdade e um bebê, as coisas precisavam mudar. Fiquei desesperada, pois ele nunca havia falado de uma maneira tão firme, e a separação estava fora de questão. Em lágrimas disse que iria buscar ajuda, e ele respondeu que já havia encontrado o lugar, a pessoa, e que muito provavelmente eu tinha vaginismo.

Começar o tratamento foi extremamente difícil, pois não queria expor o meu íntimo para ninguém, muito menos a um desconhecido. Mas era isso ou a separação, então precisei me posicionar, assumir que realmente a ajuda de um profissional era necessária. Com o passar das semanas, tudo foi se tornando mais fácil, mais leve e natural, aonde descobri que aquela profissional não era “ninguém” ou uma desconhecida. Ela me ajudou a finalmente conseguir naturalizar todo esse processo de contato com meu corpo, que eu era capaz, que o sexo não é errado nem sujo, mas algo que faz parte de mim.

Meg é uma profissional da qual todas nós Mulheres devemos sentir orgulho e aplaudi-la. Sua capacidade vai muito além das habilidades técnicas para tratar nossas condições e disfunções: uma profissional com sensibilidade, que volta seu olhar respeitoso para a paciente como um todo, e não apenas para nosso órgão sexual. Obrigada por sua disponibilidade, diálogos, e principalmente por me ajudar a ressignificar a minha vida – você sempre fará parte dela. E hoje, aos 34 anos sou uma Mulher completa, com vida sexual ativa e prazerosa, com planos de em breve ter um bebê muito desejado por mim e por meu marido. Gratidão por ter encontrado você, Meg! Você tratou a minha condição muscular e me mostrou o caminho para o empoderamento!

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