Descobri o vaginismo aos 30 anos e passei por terapia conjunta com sexóloga e psicoterapeuta, sem sucesso. Tinha 48 anos quando descobri a fisioterapia pélvica, após passar por uma histerectomia total.
Era obscuro para mim: uma parte do corpo jamais penetrada antes, nem por um parceiro, nem por exames ginecológicos, nem mesmo pelo meu “próprio” dedo. E não tinha com quem conversar, mãe, amigas ou um companheiro, ninguém sabia sobre essa “corrente” que eu arrastava sozinha e sem perspectivas de melhora.
Ainda no escuro quanto aos métodos de tratamento, parti para uma avaliação e fui atendida pela Luciana Torres que me passou confiança desde o primeiro momento.
O primeiro grande passo foi a conscientização do meu próprio corpo, começar a superar os tabus, me olhar no espelho e me enxergar como uma mulher. A cada etapa do processo, o tratamento foi se tornando mais tranquilo e natural, principalmente quanto aos dilatadores, tão “aterrorizantes” a princípio. A sensação de alegria a cada obstáculo superado, trazia mais motivação e, para minha surpresa, avançamos rapidamente!
Ainda me pergunto como um tratamento tão curto pôde ser tão eficaz e mudar tanto a minha vida. Uma mulher de meia idade, cheia de tabus, solitária, iniciando a menopausa e sem expectativas, para quem o sexo era algo abstrato. Ao longo dos anos, minha musculatura restou tão enrijecida em decorrência do vaginismo, que me trouxe dores no corpo, câimbras, mau funcionamento do intestino e um total ostracismo diante da vida e das pessoas, principalmente dos homens. Após a alta do tratamento, finalmente, tive minha primeira relação sexual (com penetração), algo que, há poucos meses, pensei que morreria sem vivenciar. E tudo correu tranquilamente, sem dor, sem medo, como deve ser! Me sinto mulher, estou feliz e realizada!
Digo a todas as mulheres como eu, que o tratamento respeita o tempo e os limites de cada uma, portanto, não foquem nos métodos ou tempo de duração, apenas iniciem e não desistam. Basta tomar uma decisão e dar o primeiro passo, o resultado virá seguramente! Não é sonho ou milagre, mas um trabalho assertivo, bem articulado e competente desenvolvido pela fisioterapia para ajudar as mulheres que sofrem de dor na relação. É libertador e todas merecemos!
Minha gratidão à Lu, que muito além de profissional, foi uma grande companheira, paciente e encorajadora, me passando segurança e serenidade durante todo o meu percurso. Não sei se ela pode mensurar a diferença que faz na minha vida e de todas essas mulheres que chegam com tão baixa estima, totalmente desacreditadas de sua sexualidade e sua capacidade de superação.
Obrigada Lu por abraçar seu trabalho com tanto amor e dedicação! Mais que um talento, você tem um dom!