Primeiro de janeiro domingo um novo presidente do país tomou posse. Fiquei emocionada. Clara estava mexendo bastante. Almoçamos com vovô, vovó e titia. Ótimo dia. Dia 02 de janeiro segunda-feira. O dia passou arrastando. Todas formas para sentar ou deitar estavam ruins. Após um banho quente. Fui deitar às 21:00hs. Às 21:15 a bolsa rompeu. Filipe viu tudo. Não tínhamos dúvida. Nossa pequena estava chegando.
Entrei em contato com a obstetra. Que orientou ir ao hospital para avaliação. Arrumamos o faltava. Papai já estava ansioso. Sentei no sofá para verificar os movimentos do bebê, ok. Mas o líquido estava amarelo e isso me preocupou. Não sentia nada além das contrações irregulares de treinamento.
Chegamos ao hospital por volta das 22:00hs. Atendimento rápido. Pressão arterial subindo. Liberação de mecônio fluido. Vamos induzir o parto. Estava preparada para indução mas para o mecônio não. Mas fiquei calma. Antibiótico e anti hipertensivo feitos. Fomos para o quarto.
No dia 03 de janeiro às 02:00hs da madrugada foi o primeiro comprimido. Poucas dores mas incômodas. Já sentia que meu corpo estava trabalhando. Mas pensava ainda pode demorar o dia todo. Eu não dormi nada e não queria comer. Papai comeu o lanche que era para mim e deu poucos cochilos.
Às 06:00hs da manhã nova avaliação. Alguns centímetros de dilatação. Colo afinando e centralizando. Bebê alto. Fomos encaminhados para o pré parto. As dores aumentando. Não conseguia me concentrar na respiração. O banho de chuveiro amenizava o desconforto. Papai tentava me ajudar. Eu não queria nada, nem ficar de pé, nem me movimentar, nem a bola. Aliás acho que neste momento eu foi mal educada com alguém, me perdoe.
Eu pedia para Filipe tirar a dor de mim. Eu queria ir embora, queria que acabasse logo. Não sei que horas eram neste momento. Um médico mais velho apareceu e perguntou se eu queria analgesia. Tinha medo pois sabia que uma intervenção puxa outra e o desfecho pode ser um parto operatório. Me preocupava com o estado do bebê. Que me mostrava a cada avaliação que estava bem.
Falei com Deus que se era isso que iria me ajudar a trazer minha filha ao mundo que Ele me acalmasse. A anestesista veio e com calma conversou comigo. Fiz a analgesia acho que eram umas 10:00hs. E finalmente consegui sentir meu trabalho de parto. Respirei, usei a bola, me movimentei e percebi que as contratações não vinham como todo mundo fala: a barriga toda dura, pressão para baixo e para trás. Consegui avisar minhas amigas de residência e minha amiga de infância que também estava grávida.
Entre 11:30 e 12:00. Após uma avaliação 9 para 10 centímetros de dilatação, colo praticamente apagado e bebê alto. Achei minhas contrações pouco potentes. Me ofereceram ocitocina. Pensei porque não. Comecei a sentir vontade de fazer força, o hormônio iria ajudar. Neste momento não tive medo da cesária. Acho que sabia que estava próximo. Comecei a rir quando colocaram ocitocina. Um riso incontrolável.
Finalmente a vontade de fazer força apareceu. Eu conseguia agachar e respirar. Uns 40 minutos assim. Sentia minha pequena encostar no períneo.
Nova avaliação e chama o obstetra e o pediatra porque vai nascer. Papai já tinha trocado de roupa e estava a postos.
Sala de parto, posição semi sentada, duas ou três contrações e minha pequena estava nos meus braços. Linda, rosinha, quente. Com choro forte mas que logo cessou. Eu ti disse Bem vinda minha filha. Pedi para Deus te abençoar, para Maria te cobrir com seu manto e para Santa Clara iluminar seus caminhos.
Papai foi forte e presente o tempo todo, quiser chorar mas não o fez. E quando você nascer perdeu as palavras. Cortou o cordão. Eu sabia que ele estava lá mas só conseguia agradecer por sua chegada filha. E nos três conseguimos. O parto com intervenções que eu não pensava mas foram feitas da forma certa e no momento certo.
Dia 03 de janeiro de 2023 sempre será inesquecível. O dia em que minha Clara escolheu para vir ao mundo.
De todas as atividades ou cursos que são sugeridos durante a gravidez escolhi a fisioterapia pélvica para gestante. Tinha medo de prolapso de bexiga e da laceração do períneo possível de acontecer no parto normal.
Pela internet encontrei a Cíclica Fisioterapia. Fui muito bem atendida online e ainda melhor presencialmente.
Descobri que fisioterapia cansa e faz suar. Que para fortalecer o assoalho pélvico é preciso cuidar dos músculos do corpo todo.
A sessão de preparação para parto foi ótima para mim e meu acompanhante. Ficamos seguros e confiantes das escolhas que fizemos.
Os movimentos aprendidos na fisioterapia me ajudaram durante o trabalho de parto para descida do bebê e também na respiração durante os puxos e o período expulsivo.
Agradeço imensamente a Dra. Luciana Torres pelo trabalho individualizado e dedicação.